A lógica perversa para os professores do RN em 2012


O jornal "O Poti" de domingo noticia: a secretária estadual de educação, Betânia Ramalho, não vai tolerar mais greves de professores neste ano.

Se eles pararem, cortam-se os salários.

A declaração dela é uma reação imediata e direta à greve de 90 dias que assolou o Estado no ano passado e deixou a secretária, recém empossada, de cabelos em pé.

À Betânia, que tem boas ideias e boa vontade, não faltou espírito para negociar e resolver o impasse. Mas o governo estava impassível.

Um dos pontos principais da greve no ano passado era forçar o Executivo a... cumprir a lei. O Estado não pagava o piso do magistério, conforme o STF determinou no ano passado e nem sinalizava para isso.

No meio disso tudo ainda sobrexistia o plano de cargos e salários aprovados na campanha de 2010 e esquecidos pela governadora.

O governo descumpria uma lei estadual encaminhada e aprovada pelo próprio vice-governador Robinson Faria e uma lei federal. E não, não queria discutir a implementação deles com professores.

Briga vai, briga vem, o Tribunal de Justiça, que é exímio em fazer julgamentos essencialmente políticos, dá ganho de causa para o Governo. Os professores acatam a proposta de receber o piso apenas nos vencimentos de dezembro de 2011.

Aulas voltam. Beleza.

Mas há um detalhe. O reajuste do piso dos professores está previsto para ocorrer em janeiro deste ano. Fala-se em 22%.

Se aprovado no plano federal, o Rio Grande do Norte estará fora da lei, de novo.

E os professores numa encruzilhada cruel: fazem greve e tem seus salários cortados, ou se calam e permanecem ganhando pouco e trabalhando muito, sem ter algo que lhes é, efetivamente, de direito?

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