Estadão PME
Allan Szacher sempre gostou de empreender. Aos 15 anos, com R$ 300 emprestados, ele abriu uma pequena empresa de cartões chamada “Cards and Labels”. A experiência foi a base para o designer e empresário abrir, sete anos mais tarde e com investimento de R$ 25 mil, a Zupi Design. A empresa é especializada em arte contemporânea, design, consultoria e editoração e espera faturar neste ano cerca de R$ 2 milhões.
A Zupi faz parte da indústria criativa, um segmento da economia atual que tem como característica transformar criatividade em modelos de negócios lucrativos. Allan percebeu a oportunidade quando cursou Propaganda e Marketing na FAAP e, como sempre quis ter o próprio negócio, abriu a empresa depois de formado.
Atualmente, a Zupi trabalha com design e ilustração para agências de publicidade, edita uma revista sobre o tema, faz curadoria de arte contemporânea para exposições e realiza o Pixel Show. O evento é, segundo a empresa, uma das maiores feira arte e design do País.
De acordo com Allan Szacher, para trabalhar na indústria criativa é preciso ter mente aberta e persistência. As dificuldades do setor variam entre a segmentação do mercado e a falta de investimento na cultura.
A empresa, segundo ele, cresce cerca de 30% ao ano. Além de trabalhar com agências e com editoração, a Zupi possui uma loja online que vende material de arte, produtos customizados e livros sobre o tema. Allan Szacher credita ao planejamento que fez na empresa o sucesso da iniciativa. “Quando abri a Zupi, já tinha um plano de negócios estabelecido, fiz uma pesquisa. É muito arriscado começar um negócio no escuro”, disse.
Indústria Criativa. Para o consultor do Sebrae de Desenvolvimento e Inovação, Ary Scarpin, a Zupi é um exemplo de empreendedorismo na indústria criativa. De acordo Scarpin, ser empreendedor nesta área é um fenômeno que cresceu nos últimos dez anos. “Havia uma resistência muito grande. As pessoas chegavam a se exaltar quando se falava de empreendedorismo neste setor por uma questão de preconceito, mas hoje isso vem mudando”, disse.
Entre as mudanças que possibilitaram o crescimento da indústria criativa no Brasil está, segundo o consultor, o trabalho de entidades na área da cultura e a influência que os produtores brasileiros recebem dos outros países. “Chegaram notícias de iniciativas na Austrália e na Inglaterra de criar uma dinâmica de mercado para essa área”, disse.
Dados da prefeitura de São Paulo apontam que em 2009 a indústria criativa representava pelo menos 3% do emprego formal na cidade. Um crescimento de cerca de 15% em relação a 2006, quando a pesquisa foi realizada pela última vez. Além disso, entidades como o Sebrae, a Escola São Paulo e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) tem cursos especificos para empreendedorismo na área.
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