O folgado Seturn

A notícias é aparentemente boa: Micarla de Sousa declarou que não vai autorizar o reajuste de cerca de 10% na tarifa pedida por empresários do Seturn. 

Os empresários querem reajustar a tarifa do transporte público da capital de R$ 2,20 para R$ 2,45. 

O que pouca gente lembra é que no ano passado Micarla fez promessa semelhante, mas acabou cedendo ao lobby dos empresários, que financia campanhas e vereadores na capital. 

Natal hoje tem uma das passagens mais caras do Nordeste e, feita a relação custo por kilometro rodado, talvez esteja entre as três ou quatro mais caras do país.

Para não elevar a tarifa, o Seturn pede "benefícios fiscais". 

Benefícios?

A distribuição de linhas na cidade data do final da década de 80. De 30 anos para cá, a cidade mudou e cresceu muito.

Mesmo com melhorias pontuais, ainda faltam ônibus na cidade para atender a demanda de passageiros.

O Seturn, apesar de explorar um serviço público, não presta contas à prefeitura de quantos passageiros têm por mês, nem do custo geral do serviço fornecido. 

Os dados não são divulgados nem auditados pela prefeitura, o que dificulta no caso de ver qual é a real margem de lucro dos empresários e qual a real necessidade de um reajuste ou de um benefício fiscal.

E, como se não bastasse, exploram o serviço "fora da lei". A licitação dos transportes públicos que deveria ter ocorrido em 1988, foi adiada e teve como prazo máximo para ocorrer em 2010. Mas só ficou na promessa.

Ou seja, por lei, o Seturn não deveria explorar o serviço de transporte público em Natal. Mas ainda sim explora, não divulga os lucros e não investe em uma mobilidade urbana melhor para a cidade. 

Quer mais benefícios do que esses?

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