O juíz Raimundo Carlyle, magistrado responsável por julgar a Operação Impacto, pediu mais 10 dias para proferir sua sentença sobre o caso. Ela deve sair no próximo dia 29.
A operação foi deflagrada pelo Ministério Público em 2007, na Câmara Municipal. Havia indícios suficientes para comprovar o que todo mundo sabe que acontece, mas finge que não vê: pagamento de propina de certos lobbys para a aprovação (ou derrubada) de leis.
Naquele caso era sobre o novo plano diretor de Natal - que este ano, salvo engano, será novamente modificado. Coisa de muito interesse do setor imobiliário potiguar, que vive desde aquela época numa bolha econômica.
Bem, o caso é que Carlyle pediu, mais uma vez, um prazo maior. Essa procrastinação do processo na primeira instância demonstra uma certa má vontade do magistrado. Ele não parece, desde o início, interessado na matéria.
Apenas a leva e adia até os 49 minutos do segundo tempo a sua decisão que, provavelmente, será a favor dos vereadores.
Afirmo isso porque o judiciário se tornou um órgão iminentemente político, principalmente no RN. Os poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo) se confundem e no fundo, salvo algumas exceções, são uma coisa só.
Mesmo se eu estiver errado e Carlyle decidir pela condenação, a defesa dos réus vai apelar para a segunda instância: o Tribunal de Justiça.
E talvez a matéria nem chegue direito na mão dos desembargadores, o processo corre o risco de prescrever. Em 2013 completam-se cinco anos de impunidade.
A pizza já assou, só falta sair do forno.
Ps: Esse sofisma de dizer que a população tem que tirar os vereadores no voto não passa de uma meia verdade. O Judiciário serve para julgar e punir quem infligiu a lei, independente se for a presidente, o deputado, um vereador, um empresário ou um cidadão comum.
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