Rita Lee e o excesso policial


A internet acordou domingo com uma polêmica: Rita Lee.

Em seu último show, a cantora teria agredido verbalmente os policiais e, ao final da apresentação, foi detida e levada à delegacia. Solta, horas depois, graças a intervenção da vereadora Heloísa Helena (PSOL).

A partir dessas informações começou o circo de julgamentos sumários no twitter e no facebook. De um lado, os que criticavam ferozmente a postura da cantora, do outro, os que defendiam cegamente. Digladiavam-se.

A cobertura dos jornais foi falha, o que prejudicou o debate.

A imprensa não foi além da versão oficial, dada pelos PM's e pelo governador Marcelo Déda (PT). Não vi ninguém entrevistar algum espectador da apresentação para saber a opinião desta pessoa sobre o que ocorreu.

Ontem começaram a pipocar os vídeos da polêmica e deu para perceber: houve excesso da atuação policial e esse excesso foi criticado duramente por Rita Lee.

Pode-se argumentar que o tom das críticas da cantora foi além do que deveria ter sido. Verdade. Mas, em suma, ao que parece, não estavam erradas em seu conteúdo.

Sei que ser policial no Brasil é difícil. Salário baixo. Risco alto. O problema, em si, não é do policial, mas da instituição, da forma com as coisas são levadas e de como as pessoas são treinadas e remuneradas pelo serviço.

Muito além do que criticar a postura da cantora, ou dos policiais no evento, deve-se repensar a forma como a polícia militar brasileira é gerida, o baixo salário que os profissionais recebem e o treinamento ruim e falho que são submetidos.

Isso evitaria uma série de problemas, como o que ocorreu no último final de semana.


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