Greve dos PMs na Bahia e a violência no Nordeste


O crescimento econômico pujante do Nordeste na última década gerou um problema que, até então, a região não passava: a violência.

Todas as pesquisas sobre a violência urbana no Brasil indicam isso. Alagoas substituiu São Paulo como Estado com maior número de homícidios no Brasil. Pernambuco e Bahia não ficam muito atrás no aumento considerável nos assaltos e homicídios. 

Como explicar essa explosão? É fácil se render aqui a explicações simplistas e generalizantes, mas há pontos que precisam ser considerados. Um deles é a baixa valorização profissional do policial militar, aliada com um treinamento falho, ruim que eles recebem. 

Isso é realidade em praticamente todos os estados. E é culpa direta dos executivos estaduais. 

Ter uma polícia despreparada, mal paga (e por isso, muitas vezes, corrupta) contribui para o alto indíce de violência. Policiais acabam sendo profissionais mal preparados, que ganham mal, para arriscar a vida pela segurança e bem estar das pessoas.

Ações abusivas de policiais militares, como estamos cansados de ver, são frutos direto da má formação que eles têm na academia de polícia. 

Por isso que acho inconcebível, ainda mais por uma parte da esquerda, ser contra a greve dos policiais militares na Bahia. 

O salário é baixo, o treinamento é péssimo e os profissionais não recebem sequer adicional de periculosidade, numa profissão que, noutro dia, você pode chegar baleado em casa (isto é, se chegar em casa). 

Policiais são trabalhadores como quaisquer outros, merecem ser mais valorizados, assim como professores e médicos. São essenciais para a sociedade. 

No final de tudo, acaba sendo irônico ver a ocupação dos PMs na Assembleia Legislativa da Bahia e as ações feitas para retirá-los de lá. Isso tudo, sob a eminente ameaça de uma mini-guerra civil entre policiais militares armados e o exército que quer fazer a desocupação do prédio. 

A consequência disso pode ser um banho de sangue, pior do que foi visto em Pinheirinhos. 

Resolver o problema da violência é investir na área social e melhorar a formação e a valorização profissional da polícia.

Se não, andaremos em círculos. 

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