A mediocridade e a política no Brasil


Acordei hoje de manhã com um belo e curto texto do jornalista Gilberto Dimenstein da Folha de S. Paulo. 

Nele, Dimenstein comenta a decisão de José Serra em disputar a prefeitura de São Paulo e lembra algo que cada vez parece mais óbvio na nossa política: a disputa irracional dos partidos pelo poder. 

O texto critica a iniciativa do PT que se aproximou do atual prefeito Gilberto Kassab com o único objetivo de garantir apoio a candidatura de Fernando Hadad. E depois disso, a decisão de Serra em se candidatar, o que trouxe Kassab de volta ao nicho onde nasceu. 

Essa mudança de ares fez o PT voltar a ser crítico da administração municipal de São Paulo e esquecer o afeto que tinha por Kassab até poucas semanas atrás. 

A questão é: a estratégia política vil ficou a frente do interesse do cidadão e da sociedade. Não foi o debate de como tornar a cidade melhor ou de quais políticas públicas implementar que prevaleceu, mas apenas o melhor acordo que garantiria a manutenção ou a perda do poder por algum dos grupos políticos. 

O debate essencial da política, que são os projetos, as políticas públicas, a melhoria da sociedade está cada vez mais distante dos políticos e dos partidos. O interesse da política partidária parece ser sempre pela disputa de poder a qualquer custo. E a sociedade perde, porque fica em segundo plano. 

É um problema que contagia praticamente todas as legendas. Em nome desse pragmatismo político-partidário, morre a razão principal da política: que é a de melhorar a vida do cidadão. 

E nesse preâmbulo o questionamento do movimento Occupy (que no Brasil acabou, infelizmente, refém dos interesses partidários) ganha sentido: será que essa política partidária e essa democracia representa, de fato, o interesse dos cidadãos? Ou apenas de agremiações políticas e corporações econômicas?

Vale a reflexão

Ps. Depois do longo e nada tenebroso carnaval (meu feriado preferido) volto a atualizar esse espaço malcriado.

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