A greve do Arena das Dunas e a infeliz matéria da InterTV


Algum ser não pensante que administra a obra do Arena das Dunas teve a brilhante ideia de, algumas semanas depois de uma manifestação dos trabalhadores pedindo melhores salários e condições de trabalho, demitir 10 funcionários da obra. 

O amadorismo e a falta de inteligência no gerenciamento humano levou a uma consequência imediata: os outros operários, indignados com a demissão sem justa causa dos 10, decidiram paralisar as obras e fazer manifestações contra a OAS, empresa que administra a construção. 

Querem a admissão imediata dos companheiros e garantias que outras demissões não ocorram. Ameaçam pedir demissão coletiva, se for o caso.  

Com isso, o já atrasado Arena das Dunas, vai ficando cada vez para trás.

Dito isso, me chamou a atenção uma matéria que foi veiculada pela Inter TV Cabugi (Filiada à Globo) sobre o assunto. Depois de fazer o feijão com arroz da manifestação dos trabalhadores, a emissora entrevistou uma mulher que disse: foi agredida pelos operários.

A chamada utilizada, aliás, era essa: mulher diz ter sido agredida por operários em greve do Arena das Dunas.

Acontece que a entrevista da dita cuja é uma piada de mal gosto com o telespectador. De óculos escuros, ela afirma que estava na Prudente de Morais (a manifestação ocorreu na BR 101, uns bons kilometros de distância) e que motoqueiros a cercaram e agrediram-na verbalmente, além de ter depredado o carro dela.

Ela disse que os motoqueiros, que estavam de capacete, eram operário do Arena das Dunas (!?). Ou seja, ela supõe algo e sequer justificou porquê acha que os supostos motoqueiros eram os grevistas. Faz uma acusação graves e sem provas. 

A reportagem foi tão sem vergonha na cara que sequer mostrou a 'depredação' do carro da mulher. 

Isso mostra o poder de lobby Governo-OAS com a imprensa local que a faz esquecer de princípios básicos do jornalismo. 

A culpa da manifestação dos trabalhadores da Arena das Dunas é da própria OAS, que foi infeliz e amadora e aposto meus dedos aqui: pouca gente vai ter coragem de admitir isso na imprensa natalense. 

5 comentários:

  1. A coisa é que, segundo a mulher, os motoqueiros estavam uniformizados com os trajes dos funcionários da obra. Aliás, esse não foi o caso dessa mulher não foi o único constatado hoje, outras pessoas prestaram queixa. Não vou entrar no mérito da validade ou não da manifestação: basta falar que o possível mérito do protesto não isenta de maneira alguma os funcionários. Não são santos, são gente e podem sim fazer merda e estarem culpados. Jornalismo é mostrar os dois lados, e não ser igualmente unilateral...

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  2. E eu aposto meus dedos que o repórter não ouviu um manifestante sequer.

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  3. Caro Fábio, algumas questões nem tão malcriadas para refletirmos:

    a)É proibido demitir empregados que não tenham estabilidade sem justa causa? A demissão é motivo de greve?

    b) Ao acaso, a greve, que é um instituto constitucional, não tem regras e requisitos para ser deflagrada? Sabe informar se algum requisito legal esse movimento grevista cumpriu? Nenhum jornalista publicou nada sobre isso, procure se informar.

    c) Sobre princípios básicos de jornalismo, pergunto se o insulto e expressões de baixo calão, tão usadas neste blog, faz parte de tais príncipios?

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  4. Paulo: Funcionário que veste a camisa da Inter tv.

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  5. é muito facil analisar essa situaçao do escritorio!!!vai la saber como os funcionarios sao tratados e o motivo das demissoes!!!sem contar q a empresa deixou claro q nao ia demitir ninguem ate o fim do prazo... isso ninguem fala ou critica. é brasil q dó de vc!!!

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