O Rio Grande do Norte anda sofrendo com governos extremamente midiatizados. Em que a propaganda vale mais do que uma ação efetiva nos serviços públicos.
Isso me lembra uma aula que tive com Cassiano Arruda, na época em que ele ministrava a disciplina Comunicação Publicitária. Ele disse: não adianta gastar milhões com propaganda se o produto é ruim e deu como exemplo o fiasco do refrigerante Kuat.
A lógica vale com o governos. Micarla de Sousa é o exemplo clássico. Entre todas as secretarias, a de comunicação era a única que tinha todos os pagamentos - milionários, diga-se - em dia. Deu no que deu, 90% de reprovação popular no último ano de governo. Um recorde.
A governadora Rosalba Ciarlini segue a mesma lógica. Enquanto recém nascidos morrem nos hospitais públicos do Rio Grande do Norte por falta de leitos de UTI, a governadora decidiu aumentar os gastos da propaganda em R$ 2,5 milhões.
Ou seja, ao invés de tomar uma atitude para resolver o caos instalado na saúde pública local, destina dinheiro para fazer propaganda do próprio governo (como se, de fato, houvesse algo a propagandear).
O dado foi levantado pelo deputado Fernando Mineiro. O parlamentar faz oposição ao governo e vem denunciando o descaso da governadora que - ironias a parte, é uma pediatra -, trata questões como saúde, segurança, políticas públicas e seca.
Enquanto a secretaria de segurança pública anda falida, carros da polícia parados por falta de pagamento de aluguel, prefeituras em estado de emergência, crianças morrem por falta de leitos em UTI, a prioridade do governo segue com propaganda.
Falsear uma imagem de um RN que vai para frente parece ser prioridade da atual gestão. Enquanto isso, o débito que o Estado tem em áreas públicas essenciais cresce a cada dia.
Perde a sociedade, sobretudo a mais pobre e carente de serviços públicos.
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